(texto de novembro de 2007 - Alice tinha 2 meses e pouquinho)
Estou me sentindo um pouco enganada.
Pô, cadê o peitão???
Ninguém me avisou que o visual voluptuoso tinha uma validade tão curta. Eu tinha certeza que ostentaria air-bags durante toda a amamentação, mas a alegria durou pouco.
É assim: primeiro os peitos ficam enormes e descontrolados, o que é ruim (leite esguichando sem aviso prévio) mas é bom (peitões de atriz pornô). Com um mês e pouco, vem a ordem e vão-se os peitos: o corpo aprende a produzir a quantidade exata para o apetite do bebê e a produção diminui, levando junto toda aquela opulência maternal. O que é bom (você se livra dos desmoralizantes absorventes de seios e pára de manchar de leite blusas queridas) mas é ruim (adeus decotes abusados). Como tudo na vida, é apenas uma questão de perspectiva.
Então meus dias de moça peituda foram poucos, mas bons. Porque quem me conhece sabe que me faltam certos predicados. Se juntar duas de mim não dá meia Pamela Anderson, peitoralmente falando.
Não que isso seja um problema. Já foi, mas está superado há muito tempo. Porque trauma de peito, convenhamos, é coisa de adolescente. À medida que a gente cresce cresce também a bunda, a barriga, o culote a sabedoria, e aí o peito se torna, literamente, o menor dos problemas. E depois, Carolina Ferraz fez por mim o que anos de análise não fariam, de forma que eu e meus dois pequenos peitos nos gostamos muito e somos felizes juntos.
Mas que eu estava gostando da idéia de ter peitões, isso eu estava. Pra variar um pouco, sabe? Fazer o gênero boazuda uma vez na vida. Foi divertido e deu pra ter idéia de como seria a vida com silicone.
Caso silicone vazasse de hora em hora, claro.