Filhos
:: Das lindas festas que eu não sei fazer
Eu tenho umas invejinhas feias dentro de mim.
Invejo gente corajosa, invejo gente que sobe em palco ou fala em público, invejo gente disciplinada, organizada, que acorda cedo e que gosta de esportes.
Invejo mães com talentos manuais. Essas mães que dobram uma folha de jornal, picotam com um cortador de unha e quando abrem lá está uma mandala multicolorida, sabe como?
E ainda por cima a blogosfera decidiu sapatear nas minhas fuças e exibir todo um talento festivo, de modo que minha nova modalidade de inveja mira as mães que produzem festas de aniversário. Mães que são doceiras de mão cheia, que fazem máscaras de bichos, que costuram bandeirinhas, inventam dedoches, organizam piquenique, montam uma árvore de fotos para decorar a mesa e botam o pai da criança pra ser palhaço. Invejo, invejo, invejo. Banhem-se com sal grosso, suas habilidosas!
(E a Re que tem a sua própria empresa de festas, a Lollis? Muito orgulho! Eu soube disso no dia seguinte de ter contratado o bufê, vejam só os desencontros dessa vida...)
Por aqui falta talento. Eu sou o tipo de pessoa que, se for tentar amarrar um simples saquinho de biscoitos com uma fitinha, o laço vai sair torto, manco e desbeiçado. E depois eu ainda vou perceber que esqueci de botar os biscoitos dentro do saco...
***
Bom, aí Alice e Lucas fazem aniversário no mesmo mês, agosto. E eu acho ótimo, porque as festas vão ser sempre unificadas - metade do trabalho, ufa! Pra uma mãe sem talento nem criatividade mas com muuuita implicância estética, é um alívio diminuir as ocasiões em que ela vai sonhar alto e realizar baixo, certo?
Mas até hoje Alice nunca teve uma festa muito caprichada.
No primeiro aniversário, tínhamos acabado de mudar para Paris: fizemos um bolinho (francês e chiquésimo, vá lá...) para mãe, pai, tio e avó, e fim.
No segundo aniversário, tínhamos acabado de voltar de Paris: bolinho para a família, no quintal de casa, sem grandes produções.
No terceiro aniversário, eu tinha acabado de parir o Lucas: bolinho para a família, idem segundo aniversário, com a agravante que a mãe sumia de tempos em tempos pra dar de mamar ou acudir o bebê.
Enfim, Alice é uma azarada, coitada. Seus aniversários sempre foram em momentos atrapalhados da vida. Suas festas, sempre no esquema "só um bolinho" (em geral eram bolões, pelo menos), cheias de adultos e sem nenhum glamour infantil.
Não foi só um bolinho, vejam bem. Foi um bolinho, uns brigadeiros, cinco bexigas e uma foto desfocada...
Quando ela começou a frequentar festas dos amigos da escola, cheias de atrações e enfeites e lembrancinhas, pirou. Dava para ver que ela ficava absolutamente encantada com aquilo. Fiquei mal, culpada, com vontade de dar pra ela uma festona bem cheia de firulas. Mané festa conjunta, né? Deixa a menina ter uma festa só dela, pô!
Agora é a hora. Como o Lucão ainda não entende picas o que é festa de aniversário, ele pode esperar. Fizemos pra ele o tal bolinho pra família, e depois, foco total na mocinha. Esse ano ela vai ter a festa que nunca teve!
Agora junte a ambição de uma festona, uma mãe desprovida de talento e a louca da casa nova, e o que acontece?
Bufê infantil.
Eu tinha jurado para mim mesma que nunca faria festa de filho em bufê infantil. Não gosto, acho cafona, acho impessoal, acho caro, e eles te obrigar a escolher temas em um "cardápio" lotado de personagens de desenho animado. Tudo que eu nunca quis fazer. Mas eis que a casa é nova e me faltou coragem para botar 30 crianças correndo por aqui e esfregando brigadeiro no meu sofá novo. Um dia vou estar pronta, evoluir, desapegar dessa bobagem mundana que é ter uma casa limpinha. Mas não vai ser esse ano, fato. Então, bufê it is.
Problema 1: esses bufês são inacreditavelmente concorridos, conseguir um horário bom é tipo querer casar na igreja N. Sra. do Brasil em maio. Precisa de muuuita antecedência. De modo que minha filha fez aniversário em agosto e vai ter sua festinha em outubro, nhé. Lado bom: ela ganhou mais um "bolinho para a família" no dia certo, e ainda vai ter a festona. Comemoração dupla!
Problema 2, a cafonice inerente: até que dá pra fugir. Busquei "bufê infantil alternativo" no google e descobri lugares um pouco mais rústicos, sem brinquedos eletrônicos nem decoração de gosto duvidoso. Alguns lugares têm uma pegada de quintal, com jabuticabeiras, brinquedões, gramado, piquenique... achei essa proposta bem mais interessante.
Problema 3, os temas: aí não tem muito jeito, a decoração da festa tá incluída no preço. Se eu quisesse dispensar e contratar uma outra equipe para cuidar disso, teria um desconto minúsculo. Pagar uma cacetada no bufê e MAIS a decoração seria inviável. Paciência. As opções são aquelas velhas conhecidas: muito e.v.a. e muito arco de balão (bonito, né Lu?), painéis mal pintados, muita Disney, muito Discovery Kids. Fiz uma pré-seleção com os mais razoáveis e Alice escolheu - contentíssima, óbvio. Eu sempre caio em uma armadilha que me atrapalha muito a vida: sou muito tensa com essa coisa de apuro estético, a ponto de esquecer que a minha filha tem só 4 anos. Meio cedo pra grandes sofisticações, né? Deixa a menina ser feliz com as princesas, o cor de rosa e as lantejoulas, tem muito tempo ainda pra ela apurar o gosto. Importante é dar outras referências, cercá-la de coisas bacanas, e relaxar. Senso estético é algo a ser desenvolvido a longo prazo. Essa fixação princesística rosística vai passar, e ter uma festa toda fabricadinha da Hello Kitty aos 4 anos vai fazê-la MUITO feliz agora e deixar NADA de sequelas futuras, oxalá.
Problema 4, o preço: é caaaaro. Não tenho idéia de quanto sairia uma festa caseira, mas deve ser bem menos. Eu pesquisei, vi coisas que iam de caro a estupidamente caro, e decidi pelo que o nosso orçamento permitia, dentro do padrão de qualidade que fazíamos questão. Se é pra ser uma vez na vida, ok, topamos pagar o preço. Mas festinha em bufê todo ano é uma coisa absolutamente fora de questão... desapegar da casa nova djá, Mariana!
Tendo me resolvido com os problemas, me apeguei às soluções: o bufê resolve tudo. Comida, bebida, bolo, atividades, monitores, decoração, convite, arrumação, limpeza. Não sobra nadinha pra mãe se preocupar. Assim eu tenho menos chance de botar minha inabilidade à prova e contranger a minha filha com convites mal desenhados, brigadeiros empelotados ou um painel fotográfico que desmorone na cabeça dela na hora do parabéns.
***
Mentira, eu ainda posso estragar t-u-d-o, porque faltam as maledetas lembrancinhas! Céus!
Gente, sério: tem que ter lembrancinha? Festa sem lembrancinhas é um fiasco? Parecerei muquirana se, ops!, "esquecer" das lembrancinhas?
Pronto, lá vai a mãe desprovida de talento mas cheia de implicância estética tentar resolver essa questão. Sou muito fresca e "alternativa" (cof cof) para ir comprar mil cacarecos na 25 de março, mas muito incompetente para criar/produzir/embalar lembrancinhas feitas em casa.
E agora, moças talentosas da blogosfera afora? Quem me dá (ou vende, ou aluga) uma boa ideia?
(Valendo uma mandala de jornal feita por minha própria pessoa que eu faço q-u-e-s-t-ã-o de mandar de presente, rá!)
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