Tudo começou com essa frase. Meu filho mais velho está perto de completar três anos. O Fará daqui a apenas algumas semanas. Desde ainda bebezinho eu lhe comprava livros e o estimulava a manipulá-los, tomar gosto por eles. Como eu lia sempre pra ele, ele começou a me imitar, folheando as páginas e balbuciando. Veja o vídeo dele "lendo" sua primeira Bíblia, com apenas 11 meses:
À medida que foi crescendo eu continuei a lhe comprar livros que despertassem o interesse, a imaginação, livros interativos, com pop-ups, com encaixes, magnéticos, que formam cenários, com abas para puxar, com sons, texturas, além dos livros "normais" mesmo, com histórias bacanas. Veja aqui como está a biblioteca dele hoje, aos 3 anos (cerca de 100 livros infantis que ele AMA e fazem parte de sua rotina de ir para cama):
Além disso procurava baixar livrinhos na internet, escaneados e disponibilizados por outras mães, e ler para ele em forma de apresentações em Power Point. Todos os dias lia com ele a Lição da Escola Sabatina, que é um programa de histórias bíblica para crianças, e sempre procurei ler as histórias usando os mais diversos tipos de materiais ilustrativos para captar o interesse dele e estimular a imaginação. Veja esse vídeo de uma de nossas lições:
Ele também participa comigo e com o pai de cultos onde lemos livros cristãos, cantamos e oramos juntos. Desde antes de falar cobra de nós que façamos esses cultos. Ele vê em mim e no pai exemplos de pessoas que gostam de ler. E isso também é um estímulo - talvez o principal.
Como sou educadora musical, um dia, procurando material no orkut, encontrei uma comunidade chamada "Como ensinar seu bebê a ler", onde se discutia o ensino de música para crianças pequenas, e eu, claro, tive que me meter para dar minha opinião. Lá encontrei muito material sobre Glenn Doman, que eu só conhecia superficialmente até então, e encontrei também pais dedicados a ampliar a inteligência de seus filhos. A princípio fiquei desconfiada com a idéia - será que eram pais que só queriam transformar seus filhos em macaquinhos de circo para mostrar para os amigos, como aqueles que fazem os filhos decorar centenas de bandeiras ou capitais só para mostrar na TV?
Descobri que não. Que eram pais realmente interessados em fazer seus filhos pessoas mais felizes, e que o material de Glenn Doman é algo sério, muito embora ainda olhado com muito preconceito por parte dos mais diversos profissionais, apegados às idéias tradicionais de ensino de crianças pré-escolares. Resolvi pesquisar e experimentar por mim mesma. Fiz alguns power points e comecei a usar com meu filho mais velho. O interesse dele foi imediato. Incrementei o jogo de palavras com estímulos sonoros e ele mesmo me cobrava todos os dias que queria "ver as letras".
O primeiro resultado que notei foi um aumento significativo do seu vocabulário. Justamente as palavras que usava nas apresentações. E cresceu também o interesse dele em ler tudo que lhe passasse pela frente: placas, outdoors, rótulos... como só sabia as letras do alfabeto, ele soletrava as palavras e começou a inventar histórias para seus livrinhos, com frases cada vez mais elaboradas. Tudo isso muito rapidamente. O vídeo abaixo não tem nada a ver com o método Doman, mas dá idéia da alegria e interesse dele em aprender (2 anos e 2 meses)
Mas então engravidei de novo, tinha uma especialização em Psicopedagogia para terminar e acabei parando de fazer a estimulação com ele. Muito de vez em quando eu revia umas das apresentações antigas, com o maior remorso, porque mesmo sendo antigas ele continuava muito interessado. Algumas vezes ele me pedia e eu, sem tempo, dizia: "Agora não, filhinho...". Isso começou a me incomodar. Negar conhecimento a meu filho começou a me parecer como negar-lhe o pão. Ouvi falar de "aletramento materno"... alimentar a mente da criança, e não apenas o físico. Não quis nem cavocar mais para não me sentir pior, com mais remorso. Estava cansada e sufocada de coisas para fazer. Sempre empurarava para uma ocasião futura a retomada da estimulação.
Agora meu filho mais novo nasceu. Já está com oito meses, e sua mente já começou a absorver tudo ao redor faz tempo. Sinto-me duplamente cobrada. Outro dia, enquanto colocava um DVD para meu filho mais velho ler, ele me pediu a caixa dizendo: "Deixa eu ler, mamãe!". Meu coração ficou pequenininho. Ver ele ali, mexendo na caixa, como se fosse um livro, soletrando as letras, doido para descobrir que palavras eram aquelas, inventando até palavras com sua imaginação sequiosa. Então decidi: vou começar o programa de estimulação pra valer agora. E organizei uma planilha com temas para dar início o quanto antes. Decidi partilhar as experiências neste blog e aproveitar para criar um programa de estimulação musical também com base nas idéias de Glenn Doman, adicionando os conhecimentos teóricos e práticos dos educadores musicais que dão base à Musicalização Infantil.
Quero levar a frente, como projeto de mestrado, a relação entre este programa de estimulação e o desenvolvimento cognitivo das crianças, inicialmente com meus dois filhos, e depois também na prática escolar, com crianças da Educação Infantil.
Há muito para estudar, ler, praticar, e estou aberta a sugestões e críticas de pais e profissionais interessados no assunto. Além da leitura obrigatória dos livros de Doman, acho interessante a leitura de um documento que veio parar em minhas mãos ao acaso, e é uma material valioso, escrito por um dos Instituos especializados em Desenvolvimento Infantil, o Vegakids, na Espanha. Vou traduzindo aos poucos e colocando aqui. O foco é no método pedagógico (para ser utilizado em escolas), mas de grande utilidade para ser usado pelos pais também.
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