Você vive um dia de cada vez até que o relógio biológico começa a dar sinais de que o tempo está passando e você precisa, mais do que nunca, ser mãe.
Quando essa “ficha cai” você percebe que a sua vida nunca mais será a mesma!
Ser mãe é algo assim... INEXPLICÁVEL! E só quando você se torna mãe é que consegue entender o que se passa na cabeça dessas mulheres. E o que mais se passa nas nossas cabeças é a dúvida de estar ou não fazendo a coisa certa!
A maternidade vista de longe é um conto de fadas, pois nela há a mãe realizada com sua cria perfeita. No meu conto de fadas particular eu jamais iria perder a paciência, minha filha jamais iria fazer aquela pirraça de envergonhar até a mais descarada das pessoas e eu, nunca, em tempo algum, teria “vontades” fora da maternidade. Afinal de contas, a maternidade era o meu sonho, o meu projeto de vida!
Mas a prática nos coloca diante de sentimentos, de sensações nunca antes vividas, é quando percebemos que dali em diante não estaremos mais sozinhas, nem em pensamento.
Para mim a maior dificuldade que encontrei (e ainda encontro) foi conseguir separar a Débora mãe da Débora mulher, amiga, profissional... sem me sentir culpada por estar sendo negligente com um ou outro papel que desempenho na vida. O simples fato (nem tão simples assim) de eu ter me tornado mãe faz com que eu me reinvente todos os dias, deixando cada dia mais para traz a Débora pré-maternidade. Só quem é mãe sabe traduzir exatamente esse sentimento de divisão que habita em nós mulheres e mães.
Confesso que muitas vezes sinto falta de mim mesma, da solidão, do silêncio, de deitar no sofá e não pensar em nada, não pensar no que preparar para pequena jantar, se ela tomou o remédio, se passou protetor solar, se bebeu alguma coisa gelada... De sair para um programa adulto sem assuntos sobre maternidade, de dormir a noite toda e acordar sem ter o que fazer.
Acredito que um dos maiores desafios que encontramos nessa viagem é saber dividir e separar nossos papéis porque embora tenhamos nos tornado mães (e sim, isso é maravilhoso!) ainda continuamos sendo nós mesmas, tendo mil e uma vontades e desejos que não necessariamente fazem parte desse universo chamado maternidade.
Sim, há vida lá fora!
Quem quiser e puder comentar por lá tb é só acessar o site aqui.
bj