Caixas sensoriais GELADAS
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Caixas sensoriais GELADAS


Aqui o calor chegou com tudo!
E resolvi escrever um post com uma atividade bem propícia para esses tempos de verão de rachar, a caixa sensorial gelada. Em quatro versões, escolha a sua!

1 -  CUBOS DE GELO + GUACHE (feita em Setembro de 2011)

 Tinta guache, colheres, pincéis, peneira, faca plástica sem corte, escovas de dente velhas, borrifador, pinça plástica do tipo de pegar mamadeira,  cubos de gelo, folha de papel. Sim, tem uma folha de papel aí dentro também! A idéia é pintar com gelo. 

 A princípio eles exploraram cada cantinho da caixa  individualmente...

 ... mas depois foram começando a misturar os elementos: o gelo bate na tinta, que escorrega pela folha, e a pintura vai nascendo.

Não demorou a se misturarem aos elementos também.

 Não esqueça um dos axiomas da caixa sensorial: as crianças vão encontrar modos de levar os elementos da caixa para interagir com tudo ao redor. Sim, tudo. A parede do meu quintal que o diga.


2 - CUBOS DE GELO + ANILINA (feita em Outubro de 2011)

Aqui usei frascos conta gotas cheios de água com anilina para colorir os cubos de gelo. Esponjas de banho, copos plásticos, garfos, pazinhas e colheres plásticas, borrifador, aspirador de nariz de bebê (para injetar água), seringa, quatro tipos diferentes de frascos com água (spray, squeeze, frasco de shampoo e de perfume), com diferentes tampas também. Congelei um brinquedo dentro de um pote com água + anilina.


Eles exploraram com todos os sentidos, inclusive com o paladar, o que meu ideias para uma outra caixa sensorial... ficaram obcecados para descongelar o brinquedo.


3 - PAISAGEM DA ANTÁRTIDA (feita em janeiro de 2012)


Para essa caixa eu usei uma ideia muito doida: expandir pedaços de sabonete no microondas. Você pode ver vídeos no youtube de gente que não tinha mais o que fazer e descobriu que, quando vão ao forno microondas, os sabonetes aumentam de volume, formando espécies de "nuvens" de sabonete. Eu achei mesmo que ficassem fofinhas, mas não ficam, ficam bem sólidas. No mais, complementei com peixinhos e pinguins de brinquedo, algumas peças de lego duplo que tinham a ver com o tema (e uns bloquinhos azuis), bonequinhos e água gelada.


A receita dos "Blocos de neve de sabonete": pegue a barra de sabonete mais barata e corte em três pedaços. Sim, tem quer a mais barata, aquela que nem tem cheiro bom. Tentei essa receita, primeiro, com um sabonete Lux (que tem hidratante) e não deu certo, o sabonete queimou, derreteu, foi um horror. Então usei um sabonete Even e deu certo. Coloque os pedaços sobre um papel toalha e em seguida deixe no forno por cerca de 90 segundos a 2 minutos, depende da potência do microondas. Observe pois se passar do tempo ele vai queimar e derreter, deixe apenas que inche bastante.


Vai ficar mais ou menos assim. Depois de um tempo vai murchar um pouquinho, mas vai manter a forma de... de... bem, disso aí. Um ALERTA IMPORTANTE: fiz essa receita no começo deste ano. Estamos em Novembro, e até hoje meu microondas ainda tem cheiro de Even ahahahahha Claro que diminuiu bastante depois que limpei com vinagre, mas quando passa mais tempo ligado, podemos sentir o "aroma" no ar. Então, se você vai fazer, conte com esse alerta que ninguém me deu.

Agora é só brincar!

E enquanto brincam na água gelada, o sabonete vai espumando, espumando...

 espumandooooo....

... e espumando bastante! ahahaha Ao fim, as crianças estão praticamente de banho tomado.

4 - PICOLÉS DE BRINQUEDOS (feita em novembro de 2012)

Vários brinquedos congelados em suco artificial, pinça plástica, escovas de dente velhas, colheres, borrifador, vasilhame com água, cartolina branca.

 Começamos escolhendo alguns brinquedinhos que pudessem ser congelados.

Depois a atividade sensorial começou, com eles lavando os brinquedos. Claro que ajudei para garantir que tudo ficasse limpo de verdade, e ainda deixei de molho numa solução higienizante (dessas para lavar verduras).

 Pegamos potinhos pequenos, de diferente formatos, e alguns "sucos de fruta artificiais" de cores diferentes, daqueles que vem em envelopes e SEM AÇÚCAR. Isso é muito importante. E bom, porque os que não tem açúcar são os mais baratos.

 Os meninos colocaram os brinquedos nos potinhos e encheram com água e pozinho, fazendo sucos concentrados (bem fortes).

 Depois levamos tudo para o congelador. Imagine seu marido chegando do trabalho e vendo o congelador assim.

Quando ficar sólido, retire os "picolés" dos potinhos deixando-os algum tempo numa vasilha com água e puxando em seguida.


Vaca atolada!

A cartolina branca foi colocada ao lado da caixa sensorial. Logo a arte começou a aparecer.

Foi curioso observar que eles desenvoveram diferentes técnicas de pintura, por eles mesmos. NA foto acima, Vinícius está pintando por gotejamento: enquanto o gelo derrete, ele vai espalhando os pingos no papel.

Utilizando todos os instrumentos para tentar libertar os pobres brinquedos congelados.





Estímulo para o paladar/olfato e ferramenta para derreter o gelo também!



À medida que o gelo derrete, quebrá-lo vai ficando cada vez mais fácil.

ALERTA IMPORTANTÍSSIMO ANTES DE VER O VÍDEO ABAIXO
É com tristeza que revelo às fiéis leitoras deste blog que eu NÃO sou uma mãe natureba, no melhor sentido da palavra. Não sou sequer uma mãe exemplar no quesito alimentação. Faço parte de uma religião que prega o vegetarianismo e  a alimentação saudável como estilo de vida. Concordo com todos os argumentos espirituais, racionais, lógicos, nutricionais, biológicos, mas AINDA não consegui implantar esse estilo alimentação saudável por aqui. Não somos o pior dos casos: temos frutas e verduras em nossa dieta, refrigerante é esporádico, lanche da escola é razoavelmente saudável. Mas meus filhos ainda comem muita porcaria e a comida industrializada impera. Eles tomam leite com nescau, toddy e - que os céus me perdoem - até quick de morango. Eventualmente comem coxinha, tomam suco kapo nos passeios, comem balas e chocolate toda semana. E não gostam de comer verdura - embora eu disfarce para que eles comam. Há algum tempo, porém, descobri o blog "As delícias do Dudu", que tem feito minha consciência pesar mais, e mais, e mais, hahahah e aos poucos venho tentando mudar nossa alimentação com uma tomada de conscieência conjunta, em que toda a família participe, para que todos aceitem as mudanças de forma racional e equilibrada. É muito mais difícil consertar velhos maus hábitos, que formar bons hábitos, logo cedo, nas crianças.

Aproveitei a atividade de caixa sensorial para mostrar para meus filhos que nem tudo o que está nas embalagens dos alimentos, corresponde ao que de fato eles comem. Sim, eles ainda comem porcaria. Mas quero que eles saibam que, se forem comer porcaria, vão saber e-xa-ta-men-te o que estão comendo. Aqui, tratamos dos "picolés de frutas", que eles tanto pedem durante o verão.


E nada melhor que terminar a atividade com uma receita do "As delícias do Dudu" para aplacar o calor: sorvete de fruta de verdade. A receita que usei foi ESSA AQUI (Só achei a receita no facebook), de banana com morango. Só mudei porque, ao invés de adicionar apenas os morangos, adicionei um copo de 150 ml de iogurte natural com uma colher de sopa de geléia de morango. UMA DELÍCIA CREMOSA!




5 - COMO A CRIANÇA APRENDE COM A CAIXA SENSORIAL

No vídeo que editei abaixo, você tem alguns exemplos práticos do que acontece enquanto a criança brinca com a ciaxa sensorial. É um vídeo que fiz da primeira caixa que citei aqui. Perceba:

a - Ela toma uma atitude ativa no aprendizado, mas ainda assim, o faz de forma tranquila, pois a atividade senrorial acalma e proporciona equilíbrio emocional;

b - O contato com as texturas e a manipulação de objetos como ferramentas cria conexões neurais que irão beneficiá-la futuramente em muitas outras habilidades, como matemática ou escrita;

c - As descobertas são feitas pelas próprias crianças enquanto manipulam e observam. A intervenção do adulto é mínima, mais para instigar com perguntas estratégicas, mas elas estão observando e aprendendo com tudo, e tiram suas próprias conclusões sem que ninguém precise dizer: é assim que acontece. "O gelo vira água!", "O gelo nada! Ele sabe nada e derrete na água quente!" (Vinícius); "Não dá para pegar a água com a peneira, mas o gelo dá" (mamãe nomeando a super descoberta de Rafael);

d - Por não ser um brinquedo pronto, a caixa sensorial estimula a criatividade em alto nível. Neste caso, a criança vê a água se misturando com a tinta e diz: "São fogos de artifício! É o arco-íris!". Os materiais da caixa sensorial, mesmo quando orientados para um tema, podem ser qualquer coisa que a criança quiser. Ali ela inventa histórias, cria objetos novos a partir da interação de outros, interfere constantemente na sua criação para recriá-la, e a brincadeira não tem prazo de validade nem hora para acabar;

e - A linguagem é uma habilidade muito bem estimulada com a caixa sensorial também. Neste vídeo, flagrei o momento em que Rafael (1 ano e 6 meses) nomeia a sensação de frio pela primeira vez. O adulto pode ajudar nesse sentido, instigando a criança a dizer o que está sentindo, e assim, aprendendo a se expressar, conhecendo novas palavras, utilizando outras em contextos diferentes. O adulto deve evitar ser direto, mas sempre conduzir a criança a usar suas próprias palavras. Caso seja perguntado objetivamente, é que deve dar uma resposta objetiva: "O que é isso?" " É uma pinça de plástico.";

f - Quando crianças interagem numa caixa sensorial, a tendência é que elas imitem umas às outras. Isso é ótimo para levar uma criança a descobrir novas habilidades com a outra, de forma natural, espontânea. Um exemplo: Rafael querendo imitar o som que Vinícius faz com os lábios na água.

g - A coordenação motora fina pode e deve ser trabalhada nas caixas sensoriais. Nesta, Rafael aprende a usar o borrifador. 

h - Uma boa caixa sensorial, na minha opinião, é aquela que envolve todos os sentidos. As crianças estão atentas a tudo: aos sons da água, seu aspecto visual, seu gosto, sua sensação tátil, seu cheiro, e até aos sentimentos que ela desperta. Procure oferecer elementos para serem explorados com os sentidos e sentimentos para enriquecer atividades desse tipo.



Sou veementemente contra o desperdício de água, e juro solenemente nunca mais deixar uma torneira aberta durante a prática de caixa sensorial. Descobri que um balde de água por perto é mais ecologicamente correto!




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