Filhos
Coisas de Crianças (lembranças de avô)
Postado por Manuel Nunes da Silva Neto em 18 setembro 2008 às 23:19
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De Pequenos Leitores |
COISAS DE CRIANÇA
1. PRESENTE AO TARQUINO
Enzo, meu neto, com 3 anos, em conversa com o tio Tarquino, que dormia depois do almoço, se achegou perto do tio, querendo demovê-lo de dormir:
- Tio Tarquino, tive uma idéia fantástica. Eu trouxe um presente pra você.
- O que é, Enzo?
- Trouxe uma montanha para você.
Tarquino é montanhista, e adora andar pelas trilhas nas montanhas.
(Colhido em casa, maio de 2003)
2. ELES ESTÃO COM MEDO
Enzo, com 3 anos, em conversa com a tia Madianita, que preparava o cozimento de ovos de codorna, que um tempo atrás o sobrinho adorava comer. Enquanto os ovos ferviam e pulavam no fundo da panela com o cozimento, a tia mostrava os pequenos ovos ao sobrinho, que lhe disse:
- Eles estão com medo.
(Colhido em casa, maio de 2003)
3. PARECE UM PUDIM
Enzo, com 3 anos, em conversa com o vovô Manuel, na padaria, olhava para os doces próximos do caixa. O avô depois de observar que o pequeno estava com vontade de comer um chocolate, mas não pedira, pegou um chocolate “Alpino” e lhe deu, com a recomendação de comê-lo depois de jantar. Ele disse:
- Não. E já abria o papel aluminizado amarelo que embrulhava o chocolate. Deu uma mordida e se lambuzava de tanto gosto ao comer. O avô lhe perguntou:
- Sabe como se chama esse chocolate, Enzo? Alpino, Alpino ao leite.
O pequeno olhou o doce, com formato de uma forma de pudim e disse:
- Parece um pudim!
(Colhido em casa, maio de 2003)
4. SÓ UM POUQUINHO
Numa conversa entre a babá e um criança, o menino com saudade da mãe dizia:
- A mamãe me ama.
Ao que a babá retrucava:
- E eu te amo?
O menino, titubeou um pouco, mas redarguiu:
- Você me ama também, mas só um pouquinho!
(Colhido de uma conversa de ônibus, de uma mãe bem moça. Ctba., junho 03)
4. VAI ARREBENTAR
Cabral falou-me do seu filho, de cinco anos, e me contou um episódio pitoresco de vivência com o menino. Disse-me que o seu filho adora histórias da Bíblia. Um dia achegou-se ao pai que estava descansando na rede, depois das primeiras horas de trabalho, e pediu que contasse a história do camelo. Queria que o pai lhe dissesse aquela expressão bíblica: “é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar o reino do céu”. Quando o pai acabou de contar, o menino lhe perguntou:
- E como a gente entra no céu, pai?
Procurando uma linguagem figurada, o pai lhe explicou:
- A gente vive direito, obedece o pai, não rouba, não mata, gosta de todo mundo e no fim, quando a gente fica velho, São Pedro manda uma corda do céu, a gente segura nela e ele vai puxando para cima até o céu.
O menino ouviu com atenção as explicações do pai, meio desconfiado, e depois lhe disse:
- Ih, pai, a corda que São Pedro vai mandar para você deve ser bem forte, porque senão, vai arrebentar!
(Colhido de José Luís Cabral, de Rebouças, por ocasião do Congresso de Economia de Comunhão, em Vargem Grande Paulista – SP, junho de 2003)
5. APARELHO ORTODÔNTICO
Enzo, de três anos, provoca a tia Madianita para que desenhe um homem com aparelho ortodôntico (ele diz assim mesmo). Depois de receber o desenho, o menino se volta para a tia e diz:
- Ele chama tio Tarquino!
É o companheiro da Madianita e está usando aparelho ortodôntico nessa temporada.
(Colhido em junho de 2003, em nossa casa)
6. CHAPEU DE JARDINEIRO
Junho de 2003. Numa conversa ao telefone, o avô disse ao pequeno Enzo, seu neto, que tinha comprado para ele um chapéu. O menino disse:
- Chapéu de jardineiro?
A que o avô confirmou. O pequeno retrucou:
- Vovô, você precisa me devolver o chapéu de jardineiro.
Continuando a provocação, o avô lhe dizia:
- Precisamos dar um jeito de devolver o seu chapéu de jardineiro. Vou passar pelo telefone. Pegue aí, Enzo.
- Não dá, vovô, os buraquinhos do telefone são muito pequenos para passar o chapéu de jardineiro.
- Entre você, então, pelos buraquinhos e venha buscar o chapéu de jardineiro.
- Vou pedir para a mamãe tirar a tampa do telefone para eu entrar e ir aí buscar o meu chapéu de jardineiro.
(colhido de uma conversa com Enzo, 3 anos, em junho de 2003, em Curitiba – PR)
7. BANANA GRANDE
Num Domingo do começo de julho, Enzo passou o dia em casa (dos avós). Depois do banho, à tarde, antes de dormir a sua soneca vesperal, perguntou o avô Manuel:
- Enzo, quer uma banana ouro?
O pequeno olhou firme para o avô e respondeu com prontidão:
- Não quero banana ouro, eu quero uma banana grande!
(colhido do pequeno Enzo, meu neto, em julho de 2003)
8. CAÇULINHA
Num almoço de Domingo, o pequeno Enzo esperava que enchessem uma garrafa pequena de guaraná, conhecida como caçulinha. Enquanto o líquido caía, disse:
- Tem caçulinha e tem caçulão.
Referia-se aos dois tamanhos das garrafas.
(colhido no final de julho de 2003, em casa, num final de semana, quando ele fez pizza junto comigo)
9. PRECISAMOS DE LUZ
O pequeno Enzo queria subir para o piso acima, mas as luzes estavam apagadas e estacou no meio da escada, olhando para cima, com vontade de subir mas com medo do escuro. Voltou-se para Tarquino e disse:
- Precisamos de luz, tio Tarquino!
(Colhido em casa, julho de 2003)
10. NÚMERO 72
Tomás fazia o primeiro ano no ensino fundamental, e uma vez foi convidado para uma festa de aniversário de um colega. Na sua inocência, ficou sem saber o endereço do colega, só se lembrava que o número da casa era 72. Quando chegou a hora de sair:
- Onde é a casa do seu amigo, Tomás?
- É o número 72, dizia ele.
Diante do inusitado e impossibilidade de ir até a casa do amigo, o menino chorava e em prantos dizia
- É a primeira festa de aniversário que eu vou e vocês não me levam!?...
11. É DE NOITE
A professora chamava a atenção de um menino que pintava o sol com lápis de cor preto:
- Você está pintando o sol de preto?
- É de noite, professora!
12. É DESCONFORTÀVEL
No dia do aniversário do vô Manuel (61 anos, em 2003), o neto Enzo conversava com a vó Sônia, mostrando vontade de ir na casa dos avós.
- Eu queria ir aí pelo fio do telefone, mas...
- É muito apertado, Enzo?
- É muito... desconfortável!
13. VERSINHO
“Com um ano sou peralta,
Que dirá com vinte e um!
Prometemos ser bonzinhos
Quando tiver cento e um”
(Enviado por Miriam Berke, de Guarulhos – SP em outubro de 2003 )
14. EU GOSTO DO FRIO
Enzo, meu neto primogênito, dormiu pela primeira vez em nossa casa no dia 15 de novembro de 2003, antes dele completar 4 anos. Foi uma experiência toda envolvida em cuidados dos pais, emoção dos avós e muita felicidade do neto. Dormiu com a vó Sônia na cama do casal. Mexeu-se muito durante a noite. Numa altura, a vó cobriu o corpo do menino, muito aquecido. Ele resmungou, pediu água. Foi atendido. Logo a seguir, diante do cuidado da avó em cobri-lo de novo, ele disse meio sussurrando:
- Vovó, eu não gosto do quente, eu gosto do frio.
15. ACABOU O TEU POVO ?
Fomos à feira. Encontrei o Guilherme e os dois meninos, Enzo e Giorgio, comendo pastel. Vieram correndo ao meu encontro. E de cima abaixo, ao longo da feira, fui apresentando os meninos aos meus amigos feirantes.
- Vou apresentar você ao meu povo, Enzo.
E assim fui apresentando os meus netos. Enzo, a cada um deles, ia logo dizendo: Eu sou o Enzo. E deixava os feirantes atônitos, diante do petiz que se comunicava tão bem. Alguns, pelo respeito que me dedicam, ficavam até sem saber o que falar. Seu Onofre era o último. Enzo fez toda a cerimônia. Seu Onofre pouco dizia, mas para mostrar a sua alegria diante do menino e de nós, ia dando um mugango a mais, uma cebola a mais, umas batatinhas a mais. Enzo, cheio de tantos amigos que ia lhe apresentando, abaixou-se ao meu lado, olhou meio escondido e me disse:
- Vovô Manuel, acabou o teu povo?
15. E ... POR ACASO...
A pequena menina de quatro anos, Ana Carolina, vivia a experiência de ter um irmãozinho. Foi até o quarto dos pais, que já estavam deitados para dormir. O pai pede para que ela vá dormir no seu quarto. A que ela responde:
- Não, vou ficar aqui.
- Ana Carolina, vá dormir no seu quarto, aqui não tem lugar para você.
- Não, eu vou ficar aqui.
- Ana Carolina, por acaso tem alguma outra criança aqui?
- E por acaso, tem outro pai aqui?
(Colhido de Cristina Galerani, episódio ocorrido com uma sobrinha dela, em Piraquara-PR, outubro de 2005)
16. A CASA ENTRE ÀRVORES ALTAS
Num telefonema, de São Paulo, o meu neto Enzo dizia:
- Vovô, tive um sonho com a sua casa, ela ficava no alto entre duas árvores altas.
- Eram carvalhos? (Tempos atrás, no seu primeiro aniversário, plantamos juntos um carvalho no quintal)
- Carvalhos, propriamente não. Sim, sim, eram carvalhos, umas árvores bem altas.
(Dia 30.09.05)
17. PICCOLI, PICCOLI
Anna Clara é filha de minha sobrinha Glauca. Mora na Suíça, onde nasceu, de mãe brasileira, pai italiano e ela, suíça-alemã. Foi aprendendo a entender três línguas e a falar uma Quarta que só ela fala e ninguém entende. Seu avô Aguinaldo, que visitava a casa dela na Suíça, em Berna, sentindo calor, pediu umas bermudas. Anna Clara saiu à toda em direção ao armário, abriu a gaveta e falava rápido: - Piccoli, piccoli. (Que em italiano, queria dizer, pequenino, pequenino).
(Outubro de 2005)
10. O QUE SERÁ DE MIM
Numa conversa entre a pequena Dora, dois para três anos:
- Dora, vamos por fralda.
- Não, já sou mocinha, não uso mais fralda.
- Então não vou te dar suco, senão você vai mijar na cama.
Passando a mão no rosto da mãe, com cara de dolorosa:
- Ah! mãe, vou ficar triste. O que será de mim sem suco!
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Enzo Buzz começou a ler ontem e está animado com a história do menino, filho e neto de operários, que quer ser arqueólogo para desgosto do pai que não vê função prática nesta profissão. Estou ansiosa para saber dos novos capítulos desta história...
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