:: O Pai, esse injustiçado
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:: O Pai, esse injustiçado




Agora olha lá e faz uma pose bem bonita, filha!


Uma injustiça enorme que eu cometo nesse blog é ficar falando me, me, me (ou mãe, mãe, mãe) e pouco mencionar o pai da criança, que tem 50 % de mérito e culpa em tudo que é narrado aqui.


É que a gente fica auto-referente quando fica grávida. O mundo passa a girar, literalmente, em torno do nosso umbigo. Depois a gente fica auto-referente quando vira mãe, porque a ligação com o bebê nesse começo é quase carnal, e as mães meio que viram bicho e saem procurando outras mães pra se enturmar, e falar-falar-falar dos filhos e delas próprias como se não houvesse mais ninguém no mundo.


Acontece que a minha gravidez só foi tão incrível porque eu tinha um cara incrível do meu lado, me mimando mais do que eu sou capaz de conceber. Meu marido foi esse tipo que engravida junto, sabe? Lê todos os livros, vai em todas as consultas, fica abestalhado nos ultra-sons. Até uns enjôos esquisitos ele teve.


E como pai, jesus! Ele é mais incrível, mais amoroso e mais participativo do que eu sempre achei possível. Ele acorda de manhã pra cuidar da Alice enquanto eu durmo! Ele foi fundamental naqueles loucos primeiros dias, quando a gente se sente um bagaço e acha que vai morrer. Nas primeiras semanas, era só o sol se pôr e eu tinha vontade de chorar (o tal baby blues... familiar pra alguém?). Pois eu ia chorar deitada no peito dele, e era quase gostoso ficar ali, aos prantos, sentindo a respiração dele e ganhando cafuné. Nada me acalmava mais do que isso. Fico pensando nas heroínas que conseguem criar seus filhos sozinhas, sem o pai do lado. Por que, meu Deus, como é difícil! Não consigo imaginar a vida de mãe sem ele do lado. Na verdade não imagino a vida sem ele do lado, ponto. O cara é fodão, e eu tenho um bocado de sorte de ter encontrado com ele, justo ele, nesse mundão de deus.


De modo que devo a ele a alegria e a calma da gravidez e da maternidade, e portanto devo a ele uma filha tranqüila, adorável e feliz. E linda de morrer, claro - porque, convenhamos, esses inacreditáveis olhos azuis não são mérito meu.


Eu não vou partir para declarações mais rasgadas assim publicamente porque ele vai ficar tímido. Cabe então aproveitar esse espaço pra, singelamente, desejar a ele um feliz primeiro dia dos pais!

 

(E vamos fingir que hoje é ontem, tá?)




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