:: Sobre Barcelona e outros planetas
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Eu vou resumir assim:

Barcelona, sol, calor. Domingo, último dia. Feijuca delícia na casa do Astronauta.

E lá, os pais do Astronauta, Flá e Uri (tá, in loco eu fiquei tímida e chamava de Flávia mesmo, assim respeitosamente. Mas passadas algumas horas e muitos pensamentos carinhosos, mesmo que a distância, já me sinto íntima. Virou Flá e pronto.). Gente da melhor categoria, sabe? Acolhedores carinhosos, simpáticos. Clima ótimo. Casa linda. Bom gosto geral. Trilha sonora impecável - e se você ainda tem alguma dúvida das suas afinidades com alguém, o gosto musical decide. Não que ali houvesse muita dúvida, mas aí tocou Chico, Caetano, Nina Simone, Lenine, e a música que define a minha gravidez, "As coisas tão mais lindas" da Cássia Eller. E teve até Maceo Parker tocando "Let's get it on". E então viramos amigos de infância, porque quem ouve Maceo comigo vira amigo de infância - quem me conhece sabe.

E aí teve a Maricotinha, que de inha não tem nada. Mulherão, vozeirão, cabelão, e um barrigão lindo e pontudo onde mora a Ana. E nada gorda, como um dia sugeriu a matrona dela (apesar de que se houvesse lógica nesse mundo ela seria, porque faz um tiramisu de matar de bom). Alice, que anda encantada com barrigas grávidas (e não grávidas também, pra ser sincera), adorou a barriga da Mari. Botou a mãozinha com cuidado, disse que ali tinha um nenê, depois disse que ela também tinha um nenê na barriga, ó!, e está até agora com a mania de botar a minha mão na própria barriga dizendo, põe a mão, mamãe, nenê!, assim como fez no domingo com a Mari. E sentou o quanto pôde no colo dela, com todo cuidado pra não amassar a Ana. Acho que se gostaram muito, as duas. As três.

 

E teve, claro, João. O mito, a lenda, o famoso Astronauta. Todo empinadinho e importante do alto dos seus o quê? 70, 80 centímetros? El macho ibérico, jogando charme, atirando bolas e exibindo toda a sua virilidade. Uma coisa, o João. Lindo, bronzeado e sorridente quando não está bravo - e ele fica muito bravo também, porque é todo decidido e não gosta de ser contrariado. Quem gosta?


   

E aí teve coca-cola, e croquettas, e pica-picas (mas tudo com muita decência). Preta, a cã, abanando rabo e lambendo os pequenos e ganhando beijos. E piscininha de plástico. E, pela boa tradição barceloneta, o momento nudistas ao sol.  

Pois João striptou-se. Arrancou a fralda e mostrou os documentos. E Alice ficou p-a-s-s-a-d-a. Baixou os olhos e deu aquela espiada compriiiida, com cara de dúvida. Não fosse tão fina com essa educação parisiense, teria apontado o dedo e perguntado, o que é? 

Porque um pinto é uma novidade suprema na vida dela. Ela não tem. As bonecas, gatinhos, cachorrinhos, ursos, corujas de pelúcia também não têm. Eu não tenho. Papai tem (ufa!) mas acho que ela nunca viu - e se viu não associou, porque né?, há toda uma diferença.

Mas João, pasmem!, João tem. João, um nenê como ela. Mesma altura, mesmos interesses, mesmo papo (com outro sotaque, vá lá), mesmo tudo. Mas com pinto. E assim caiu mais um paradigma da Alice, acho. Não somos todos iguais, filha, viu? Essa é a graça da vida. 

Pois ela achou tanta graça que ficou louca por ele. E como nudez é uma coisa íntima, cúmplice e aproximadora (já avisei que ser mãe me encaretou, não já? Então), ela entrou no jogo e também ficou peladinha.  Aí ficaram os dois ali, como vieram ao mundo (e faz tão pouco tempo!), curtindo a piscina. Ainda brincaram e correram e trocaram batatinhas e se trancaram no banheiro - mas aí tudo tem limite e era hora de botar a fralda de volta, rá!


O pinto foi suprimido para preservar a intimidade do nosso herói, mas estava lá. Eu vi. E Alice também, notem.


Pena que passou rápido demais. Quando deixamos a casa do Astronauta para irmos para o aeroporto, Alice estava num bom humor que raras vezes vi. Então ela cantou por uns 20 minutos dentro do táxi, uma canção inventada na hora e que tinha palmas no refrão. E cantou e riu e requebrou um pouco, doidinha e feliz. Acho que foi a piscina, a barriga, as croquettas, a Preta e o João que deixaram ela assim. Meio bêbada, sabe? Un poco borracha de alegría. Embriagada de amor pelo mundo do Astronauta.




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