A infância de Graciliano Ramos, de Audálio Dantas
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A infância de Graciliano Ramos, de Audálio Dantas



Ontem foi aniversário do Giorgio, meu filho caçula. Sem querer a gente vai percebendo que tem muitos famosos que aniversariam perto dele, como Maurício de Sousa e Lula. A surpresa deste ano foi saber que também nasceu nestes dias o escritor Graciliano Ramos.
Imagine uma criança com 15 irmãos. Imagine, agora, como era a vida deles na cidade de Quebrangulo, sertão de Alagoas, há mais de 100 anos. Esses são alguns dos ingredientes do livro “A infância de Graciliano Ramos”, do escritor Audálio Dantas. A obra publicada pela Callis Editora mostra de forma curiosa a história do jornalista e escritor.
No livro, Dantas apresenta Graciliano como uma criança tímida e sonhadora, que apesar das dificuldades para aprender as letras, encantou-se com os livros, tornando-se um dos autores brasileiros mais prestigiados de todos os tempos.

Escritor "pesado", Graciliano é autor obrigatório no ensino fundamental 2, normalmente apresentado aos jovens leitores com Vidas Secas, publicado em 1938, ou Caetés (1933) (ganhador do prêmio Brasil de literatura). 

O mais famoso, a meu ver, é Memórias do Cárcere (1953), publicado postumamente em dois volumes, no qual descreve a companhia dos mais variados tipos encontrados entre os presos políticos: descreve, entre outros acontecimentos, a entrega de Olga Benário para a Gestapo, insinua as sessões de tortura aplicadas a Rodolfo Ghioldi e relata um encontro com Epifrânio Guilhermino, único sujeito a assassinar um legalista no levante comunista do Rio Grande do Norte. Graciliano havia sido preso em 1936 por conta de seu envolvimento político, exagerado por parte das autoridades após o pânico insuflado com a chamada Intentona Comunista, de 1935, embora a acusação formal nunca tenha sido feita.

A coleção “Crianças Famosas” traz também a infância de artistas como Anita Malfati, Bach, Cartola, Jorge Amado, Chiquinha Gonzaga e Ziraldo.



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