Filhos
Homenagem a Keith Haring e bate papo sobre arte urbana para crianças de todas as idades
No mês das crianças, a editora Cosac Naify, a Galeria Choque Cultural e a Livraria Cultura prestam uma merecida homenagem ao artista pop norte-americano Keith Haring, que influenciou a geração contemporânea de artistas pop e ajudou a popularizar a arte urbana em todo o mundo. Em sintonia com as ideias do artista – sempre preocupado com que suas obras alcançassem o grande público, preferia expor nas ruas, lojas e clubes –, de 4 a 24 de outubro, a vitrine da loja de artes da Livraria Cultura do Conjunto Nacional ganhará ares de galeria, numa iniciativa conjunta dos três grupos.
O motivo é a intervenção dos artistas da Choque Cultural MZK, Presto e SHN – esse, um coletivo - em páginas gigantes de O livro da Nina para guardar pequenas coisas, feito artesanalmente por Haring para presentear Nina Clemente, em seu aniversário de 7 anos. São seis ampliações (três páginas duplas) de 93 x 70cm, ocupando 7 metros de vitrine. Outros artistas da galeria vão interagir com as propostas de Haring nos próprios exemplares do livro, também expostos na vitrine. São eles: Carla Barth, Carlos Dias, Jotape, Mariana Martins, Pjota e Speto.
Para abrir a exposição, no dia 4, às 19h, haverá um debate sobre arte urbana e o legado de Keith Haring. Os artistas MZK, Presto e SHN envolvidos nesse projeto estarão presentes e o debate é aberto ao público.
Os desenhos de Keith Haring, que têm na primazia da linha sua maior força, sobrevivem até hoje. Ele veio cinco vezes ao Brasil. A primeira, como artista convidado da Bienal de 1983, quando pintou um painel, que não existe mais, próximo à avenida Sumaré, em São Paulo. Nas viagens seguintes, costumava se hospedar em Ilhéus (ba), na casa do amigo e também artista Kenny Scharf, onde pintou murais e produziu telas e esculturas inspiradas na cultura brasileira. Sua relação com o país pode ser conhecida em Ah, se a gente não precisasse dormir!, outra homenagem da Cosac Naify ao artista.
os livros
O livro da Nina para guardar pequenas coisas
Presente de Haring para Nina Clemente – filha do pintor italiano Francesco Clemente –, em seu sétimo aniversário (1988), a edição brasileira traz, na quarta capa, um texto exclusivo da própria Nina, hoje com 28 anos. Escrito e ilustrado por Haring, a proposta de O livro da Nina para guardar pequenas coisas é tornar-se um objeto pessoal da criança, para desenhar, pintar, colar adesivos, folhas, fotos dos amigos, lembranças de um dia no circo e até pensamentos – desde que sejam pequenas coisas.
Ah, se a gente não precisasse dormir
Traz obras de Keith Haring comentadas por quem entende do assunto: as crianças. De maneira totalmente despretensiosa – e com muita criatividade –, meninos e meninas de cinco a quinze anos dão a sua interpretação para alguns dos trabalhos mais representativos do artista. A ideia é abordar a obra de um artista contemporâneo de forma também contemporânea.
os artistas
mzk
Busca na arte a síntese entre muitas linguagens. É DJ, quadrinista, desenhista, escultor e especialista em pintura - é um ícone da cultura pop surgida antes da internet. MZK traz para o ambiente das galerias objetos marcados por elementos fundamentais da arte contemporânea, além de mostrar sua pintura sintética sobre vários suportes, entre esculturas, telas, objetos e na própria parede. Fortemente influenciado pela cultura pop que existia antes do punk, MZK incorpora muito bem a linguagem dos quadrinhos, do design gráfico e da música em sua obra.
presto
Presto (aka Márcio Penha) estudou na Escola Carlos de Campos, berço de muitos artistas que se consagraram no graffiti paulistano, como Speto, osgemeos e Onesto. Começou a pintar nas ruas em 1996 e, desde então, desenvolve um imaginário próprio, formado por figuras fantásticas e uma caligrafia rebuscada, quase abstrata. Presto mistura surrealismo com cartoon e vai buscar referências em nomes, como Fernando Gonzales, Laerte, Angeli, Don Martin e Moebius. O desenho e a pintura de Presto são muito delicados e seus suportes são escolhidos, construídos, destruídos e reconstruídos com maestria. Telas envelhecidas, madeiras desgastadas, lona de caminhão e metal enferrujado se transformam no background perfeito para o artista colocar seus coloridos personagens.
shn
SHN é um coletivo criado em Americana, no universo punk, hardcore, do fanzine, ou seja, do faça-você-mesmo. Composto por Eduardo Saretta –também é galerista e curador da Choque Cultural -, Daniel Cucatti e Haroldo Paranhos, o SHN foi o primeiro grupo a fazer tiragens em serigrafia e expor uma quantidade de stickers e pôsteres exaustivamente repetidos, colados nas ruas de São Paulo, como uma linha de produção em montagem artesanal. O objetivo é a intervenção por meio da linguagem lúdica e bem humorada.
sobre keith haring
Keith Haring nasceu em 1958, em Reading, uma cidadezinha “chata”, como ele dizia, na Pensilvânia, costa leste dos Estados Unidos. Foi seu pai, um habilidoso desenhista, que o estimulou ao desenho. Ao se mudar para Nova York e começar a desenhar pelas ruas, adquiriu fama internacional muito rapidamente – em 1982, por exemplo, já expunha na Documenta de Kassel, Alemanha, uma das mostras de arte mais prestigiadas do mundo. Haring deixou um legado de ícones famosos: pinturas, esculturas, colagens, desenhos no metrô, em camisetas etc. O artista queria um tipo de arte que fosse realmente pública. Para ele, era inconcebível pensá-la separada da vida real: “Para quê pintar se não se é transformado por seu próprio trabalho?”, costumava dizer. Seus desenhos, que têm na primazia da linha sua maior força, sobrevivem até hoje e são admirados por nomes da nova geração.
SERVIÇO
Exposição: Homenagem a Keith Haring
De 04 a 24 de outubro
Livraria Cultura – Loja de artes: Av. Paulista, 2073 (Conjunto Nacional)
De segunda à sábado, das 9h às 22h; domingos e feriados, das 12h às 20h
Tel: (11) 3170-4033
www.livrariacultura.com.br
Bate-papo com MZK, Presto e SHN
04 de outubro, 19h30
Livraria Cultura, loja de artes Avenida Paulista, 2073 (Conjunto Nacional)
Tel: (11) 3170-4033
Aberto ao público
40 lugares – retirar senhas a partir das 18h30
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