Esse livro é a coisa mais fofa, arte encantadora e uma história deliciosa, que caiu como uma luva pra fase que Pipoca e eu estamos vivendo. Talvez até mais eu do que a Pipoca, mas isso não vem ao caso agora**.
O pequeno canguru A-MA a bolsa da sua mãe. Não se interessa pelo mundo lá fora, que a mãe insiste em mostrar pra ele. Não quer saber das nuvens, do vento, não se interessa pelas borboletas, nem pelos lagartos. Porque viver ali na bolsa é tão bom, ele se sente aconhegado e pode ouvir o coração de sua mãe batendo sempre. Mas o canguruzinho não pode ficar ali pra sempre. E só resolve se aventurar porque descobre que o coração da mãe não fica na barriga, e que pode sair da bolsa e ganhar o mundo e ela ainda assim continuará por perto.
E não é assim na vida, minha gente? Não só com o bebê que está em fase de desmame ou desfralde, que está indo pra escola ou deixando de ser filhote. Quem não tem medo de sair da inércia, da zona de conforto? Não é comodismo não, em maior ou menor grau todos vivemos momentos de hesitação diante da mudança.
E a mensagem desse livrinho tão singelo encerra uma verdade absoluta: sair da zona de conforto, encarar a mudança de peito aberto pode nos trazer surpresas maravilhosas, experiências e sensações novas, nunca antes vividas. Como o canguruzinho, que ao deixar a bolsa da mãe sentiu pela primeira vez o vento e a areia quentinha em seus pés.
Dados técnicos:
Título: No Coração e na Bolsa
Autores: Laurence Bourguignon e Valérie d'Heur
Tradução: Gilda de Aquino
Editora: Brinque-Books
1a. edição, São Paulo, 2008
* Essa é uma transcrição de um post que publiquei ontem no meu blog (www.acontecedentro.blogspot.com)
**Quero deixar claro que o livrinho é da Pipoca, não meu. Aliás, vale dizer que ela gostou e se divertiu muito com as ilustrações, embora aparentemente a história em si não a tenha tocado tanto quanto a mim...
Renata,
Ja tinha visto o post no blog e adorado a dica, até já encomendei o livro, estamos passando por grandes mudanças aqui e Henrique embora bem adaptado na escola tem estranhado bastante!
estrelinhas para ti e para a Pipoca!
muito bom esse livro, eu quero!! obrigada pela dica!
Renata, que livro sensível. Obrigado por sua generosidade de replicar aqui um texto.
(adorei a idéia, vou procurar os meus antigos no blog)
Noto na nossa vida familiar que estamos sempre vivendo estas situações de cortar o cordão umbilical. Parece que o cortamos no parto, mas são vários pequenos cortes até que os filhos de fato são outras pessoas completas. Aquela vontade de colo de mãe (eu ainda sinto vontade de ter minha mãe perto em alguns momentos, mesmo já sendo mãe) é parte disto.
Neste ano vivi isso: voltei a trabalhar mais ativamente, fora de casa e sem ser com cultura infantil, como era no tempo do desabafo de mãe em que os compromissos de trabalho incluam os meninos. Foi duro no começo, sofria calada deixando-os na escola para almoçar e ficar lá por muitas horas, mas notei neles uma maturidade fora do normal e um orgulho por me ver também ganhando o mundo. Que lindo e generoso, amor verdadeiro.
Um beijo e novamente obrigado.
Acho que esse livro se adequa muito ao meu primogénito, rsssss...Ainda hoje, com 7 anos e meio lhe custa imenso separar-se de mim. Pensei que nesta idade já tivesse superado a angústia da separação. Vou tentar encontrar por aqui.
Beijos, Renata.
Essa dica não poderia ter vindo em melhor hora!
Puxa, tive vontade de ler.
Na verdade dói mais em nós do que neles este corte não?
Somos nós que não "queremos" ve-los crescer. Queremos sempre nossos bebês.
Vou voltar lá no blog para ler.
Beijos