:: A minha Garota-Problema 2
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:: A minha Garota-Problema 2



Sabe aquela velha estratégia do "Vou puxar no três, tá? Um... VUPT!". Pois foi isso que aconteceu na escolinha hoje. Armaram todo o circo pra nossa reunião de amanhã, e o chute na bundinha da Alice foi hoje mesmo, ó céus.

Cheguei para buscá-la depois de mais um dia de choro e fui recebida pela comitiva toda: a educadora, a diretora e a intérprete portuguesa. Só pude concluir que elas devem achar a Alice tão insuportável que não aguentariam nem mais um dia.

Eu concordo com você, Renatinha. Acho que talvez seja o caso de chorar mesmo, porque claro que as crianças são espertas e claro que Alice sacou que quanto mais chorava mais rápido eu aparecia para resgatá-la. Eu até já tinha esse discurso na ponta da língua (e em francês, merci!), mas não adiantou. Na verdade, acabei entendendo e concordando com tudo o que elas disseram. 

Negócio é o seguinte: Alice de repente se viu em um país estranho, numa casa nova, ouvindo uma língua diferente e rodeada de pessoas que não conhece. Então ela grudou na única coisa que lhe sobrou de familiar e querida - a mamãe aqui (e o papai também, claro, mas ele passa grande parte do dia fora). Parece que isso é normal, a adaptação de crianças estrangeiras costuma ser mais longa e difícil. Mas no caso da Alice, não rolou. Pelo jeito, ela precisa de mais um tempo aqui pra ficar mais segura e afrouxar o grude comigo. 

Perguntei se não era o caso de deixar chorar pra ver o que acontecia, e elas me explicaram que deixaram no começo - e por isso os primeiros dias foram mais "longos" - mas não adiantou. Não era o tal choro picareta e sem lágrimas (conheço bem esse...), era um choro sentido, triste mesmo. O fato é que ela estava sofrendo o tempo todo em que era obrigada a estar ali (minha filhinha! SOFRENDO! Óbvio que nesse ponto quem estava sofrendo e quase chorando era eu). Então ela passava o tempo inteiro no colo das professoras pra ficar um pouco mais calma, e mesmo assim continuava chorosa e carente. E mais: mudava imediatamente quando eu chegava, ficando simpática e distribuindo beijos e tchauzinhos - mas só depois de devidamente pendurada no meu pescoço. E, na boa, essa é a Alice de sempre. Ela é sorridente e tranqüila, nunca deu esse tipo de trabalho, quem conhece sabe. Desde que chegamos em Paris ela está mais difícil e mau-humorada, isso já estava bem claro pra mim até antes desse episódio todo da escola. 

Entendi que ela não está mesmo preparada pra enfrentar a escolinha agora, com tantas outras mudanças acontecendo na sua pequena vidinha. Conclusão: vamos esperar um pouco, e tentaremos de novo em dezembro. A vaga dela está garantida, não preciso me preocupar quanto a isso. 

Então é isso. Até dezembro, é nóis, eu e ela, ela e eu. Pra mim não é o ideal, porque eu acabo perdendo um pouco a autonomia pra fazer as minhas coisas e as da casa, e pra sair por aí conhecendo Paris (coisa que inacreditavelmente não consegui ainda, com quase 2 meses aqui). E eu acho que tô naquele momento de precisar de um pouco de espaço e de uma folga da rotina de bebê (ai, a culpa cristã... eu quase deleto isso aqui, pra não admitir que queria uma folguinha da função. Mãe é tudo louca mesmo!). Mas entendo que pra ela a coisa tá bem mais dificil do que pra mim, e vai ser com muita alegria que eu vou passar mais esse tempinho colada nela e rolando pelo nosso tapetão felpudo até ela enjoar de mim e implorar pra voltar pra escola, onde as tias não agarram nem apertam tanto.


(E o momento Pollyanna Moça do dia é: não tem mais escolinha? Que ótimo, agora a Alice pode cintilar à vontade com seus lindos brincos que ninguém vai encher o saco!)




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