No meu primeiro dia das mães, eu me senti mais maternal do que nunca.
É que a Alice está doente, pela primeira vez. Gripe braba, daquelas de derrubar. Uma febrinha aqui, uma vomitada ali, aquela tosse chiada de cachorro, o nariz escorrendo non-stop. Bolhas de meleca fazem plop! nas narinas como bolas de chiclete, seria até um pouco engraçado se não fosse tão chato, coitadinha. Aí ela olha com aquela carinha de febre, os olhos úmidos e pequenininhos, e não dá. A gente se agarra loucamente. Não sei se a carência é mais dela (bebê doente) ou nossa (pais inexperientes de bebê doente), mas o fato é que Alice se aboletou no nosso colo há uns 4 dias e nunca mais saiu. Nem fato de ela limpar o nariz nos nossos cabelos e casacos tira o prazer de ver que, mais do que remédios ou sopinha morna, é grudar na gente que faz com que ela se sinta melhor.
Mas essa situação de ter um bebê a tiracolo o tempo todo me assustou e criou uma dúvida atroz: como as mães conseguem carregar seus filhos por tanto tempo? Se a Alice não pesa nem 8 quilos e eu já estou em frangalhos, imagina como vai se a vida quando ela pesar 10, ou 12, ou 15. Todos dizem que os braços das mães se fortalecem à medida que o filhos crescem, mas ninguém nunca mencionou a lombar. 8 quilos viram 30 em poucos minutos quando se está de pé carregando um bebê (porque mãe que é mãe sabe: tem que ser de pé. De pé e andando, senão eles brigam). Então eu passei os últimos dias andando de lá pra cá com Alice no colo, e agora a minha coluna ganhou uma curva improvável e pouco saudável, tipo aquela lordose acentuada de dançarina de axé. Temo pelo meu futuro e vou providenciar aulas de pilates assim que possível, pra aprender a apoiar o peso nos músculos do abdômen em vez de entortar as costas desse jeito.
Dito tudo isso, mando meus mais sinceros e admirados parabéns a todas as mães, por conseguirem carregar seus filhos pela vida - e sem perder o rebolado!
(Beijos especialíssimos para a minha mãe, que faz aniversário hoje! Parabéns, Lurdeca!!!)