Com a mudança pra Paris e toda a confusão que se seguiu, esse blog acabou abandonando seu lado pseudo-educativo. Pseudo porque não sou médica nem especialista nem nada, sou só mãe, tá gente?, e nem faz tanto tempo assim. No fundo, eu sou uma palpiteira, só isso. Então ouça sempre o médico primeiro, ok?
Advertência de segurança colocada, vamos falar a verdade: o que é ser mãe se não palpitar e ser palpitada, gente? Taí a imensa e universal Confraria das Mammas pra provar. Então hei de palpitar enquanto puder, e os comentários estão abertos para vossas próprias dicas, palpites e opiniões. Aqui pode tudo, ou quase - como diz a Olly, só não vale xingar a mãe. Que, no caso, sou eu mesma.
Enfim, a dica do dia:
Se eu precisasse dar um conselho para novas mamães em apenas uma palavra, ela seria: Funchicórea. Não se impressionem com o nome esdrúxulo. Funchicórea, meninas, é a prova definitiva de que Deus existe!
Trata-se de um pozinho cor-de-rosa numa embalagem de antigamente. O rótulo diz que é um fitocomposto à base de chicória, funcho e ruibarbo, natural e sem contra-indicações, mas há quem diga se tratar de um composto de Valium, Prozac e Dormonid, o que pra mim faz muito mais sentido. O gosto é de açúcar - e se açúcar funciona com você, amiga mulher, nas horas do aperto, pense no que não pode fazer por um recém-nascido histérico em termos de conforto, controle da ansiedade e delicinha. É tipo chocolate na TPM. Ou aquele velho truque do melzinho na chupeta, mas sem o melzinho- que é proibido para bebês, atenção!, consulte seu pediatra para saber mais.
Funchicórea funciona assim:
Bebê chorando --> Mãe chorando --> Chupeta à milanesa coberta de funchicórea (aliás, pra mim "chupeta" é a segunda palavra vital da maternidade. Há controvérsias, eu sei, mas com Alice funciona que é uma beleza) --> Bebê quietinho e de olhos arregalado, chup-chup-que-delícia --> Mãe feliz --> Bebê dormindo --> Mãe dormindo (por 1 ou 2 horas) até ser acordada por...
Bebê chorando.
(Continua forever and ever, por um mês inteirinho, ou mais.)
2 horas de sono ininterrupto parecem pouco agora, mas vão ser um luxo quando for a hora, acredite. Por essas 2 horinhas eu ajoelhava no chão duro e agradecia à Funchicórea todo dia de manhã (manhã, noite, que diferença faz quando se tem um recém-nascido???).
Então a gente comprou muitos potinhos e espalhou pela casa, carrinho, sacola do bebê, casa de parentes - outra ação que eu recomendo fortemente, porque encontrar a Funchicórea é bem difícil durante um ataque de fúria do seu bebezinho. E assim sobrevivemos felizes aos primeiros meses de Alice, que agora já é grandona e madura e só vai voltar a recorrer a coisas docinhas pra se acalmar quando fizer uns 13 ou 14 anos.
Fim.
(Ah é: já ouvi relatos de bebês que eram completamente imunes à Funchicórea. Se esse for o caso, pelo menos você aprendeu um nome bem feio pra praguejar nas horas de raiva.)