E não é que eu esqueci de passar pra esse blog o post do meu parto? Pessoa louca!
Texto de outubro de 2007
O obstetra passou a minha gravidez inteira dizendo que parto normal é uma delícia. “Uma delícia”, assim mesmo, nesses termos. Eu sempre achei muito engraçadinho da parte dele, enquanto homem que nunca passou por isso, fazer tal afirmação. Mas ok: adoro meu médico, achei a intenção nobre e fingi que acreditava.
Aí veio o parto e, adivinha?, foi uma delícia! Anestesia é tudo, minha gente! As contrações vieram vindo suavemente, tipo coliquinha menstrual, e quando a coisa começou a ficar pesada pedi a anestesia e pronto. Tá certo que a dor não é eliminada totalmente (porque a mulher precisa continuar sentindo contrações e fazendo força), mas o anestesista mantém a dor sempre num nível bem aceitável, aumentando a dose de anestésico conforme necessário. Só no final, na hora da expulsão, ele dá uma dose-nocaute, e aí não se sente nada, nadinha mesmo. Portanto, esqueça aquela gritaria que a gente vê nos filmes. Com anestesia a coisa é bem diferente, graças a Deus.
O nascimento da Alice aconteceu numa sala especial para parto humanizado, com banheira, cadeira de parto, visitas à vontade e estrelinhas no teto. CD classudo rolando, as famílias entrando e saindo o tempo todo, o Carlos tranquilão, o anestesista fazendo gracinhas, o médico morrendo de rir. Eu, entre uma contração e outra, ainda fazia a humorista pra não ficar excluída da panelinha de piadistas. Realmente, uma delícia - só faltou a cervejinha!
E pra não me acusarem de omitir os fatos, verdade seja dita: a picada da peridural nas costas é aflitiva. A anestesia dá uma tremedeira horrorosa e te impede de mexer as pernas por horas. A boca seca. A posição é humilhante. A coisa toda dura hooooras, o que dá uma certa gastura. E é isso. De resto, só alegria!
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Engraçado é notar como a gente vai mudando com as experiências dessa vida. Na época que escrevi isso eu nem concebia tentar um parto sem anestesia. Pra mim era simples assim: eu não gosto sentir dor, ponto. Mané parto natural, tão malucos?
Eu continuo não gostando de dor, e mesmo assim ando suspirando com a idéia de um próximo parto bem natureba na beira do lago sem intervenções. Não sei se a coragem dá pro gasto, mas ando ao menos pensando no assunto, o que já seria um disparate para a minha pessoa de uns anos atrás...
Qualquer hora eu explico as razões (já escrevi mas estou até hoje tentando editar esse texto, que virou uma divagação infinita e chatésima sobre o assunto, 14 laudas intermináveis que vocês não merecem encarar. Quando eu conseguir cortar pelo menos metade publico aqui, tá? ----> feito, tá aqui).