:: Trabalho, dia 1
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:: Trabalho, dia 1



Então chegou o dia de tirar as pantufas, passar uma base na cara e ir trabalhar.

E eu fui.

Encarnei a personagem, sentei na minha mesa com o meu computador e o meu telefone (dúvida de etiqueta trabalhística: posso levar 14 fotos dos meus filho e colar no monitor?), circulei pelos corredores, sorri para colegas e tomei cafezinho no meio da tarde. Faz 4 anos que sonho com esse momento, e eis-me aqui, toda metida, com ares de profissional de sucesso (exagerei, é só um freela de 3 meses, mas precisamos começar de algum lugar...).

Agora me diz: quedê a satisfação, gente? Quedê o poder, quedê o orgulho de mulher multifacetada? Ninguém sabe ninguém viu.

Em vez de orgulho, eu pensei em por que caralhos a pessoa se meteu a trabalhar (mais)? E pensei que meu filho é muito pequeno e não está pronto pra se virar sem mamãe. E pensei que eu trocava base mesa computador sorrisos e cafezinho por duas cafungadas bem dadas nas fuças dos meus bebês. Ai, como sofro.

Mas é mentira, claro. Deve ser só o choque do começo. A verdade é que eu tive 4 anos inteirinhos de cafungadas, já basta, hora de mudar um pouco a rotina. É tudo uma questão de readaptação.


Bom, a jornada se passou (foi bem curtinha hoje, na verdade foi mais uma ambientação mesmo) e eu voltava feliz pra casa e pros meus pequenos. Quarto ônibus do dia, já quase em casa, que alegria!

Aí eu senti um siricutico dentro da minha blusa.

((( Pausa explicativa: a pessoa sai da gravidez mas a gravidez não sai da pessoa, então eu ainda uso as minhas batas larguinhas, que são a única coisa que me serve bonitinhas e confortáveis. Eu, no ônibus, de bata larguinha - visualizem, ok? )))

Olhei pra dentro da blusa, e a origem do siricutico era uma baratinha que pegou carona em mim em algum ponto do trajeto e caminhava na minha barriga.

Uma barata.

Em mim.

Na. Minha. Própria. Pessoa.

No. Primeiro. Dia. De. Trabalho.

O que o universo está querendo me dizer, gente? Deus não quer mães de família trabalhando fora, é isso?

(Ou: Deus, assim como o Cumpadi Washington, acha que tudo que é bonito (pelancas?) é pra se mostrar e condena batas larguinhas? Porque veja bem, se eu estivesse usando uma blusa justa não estaríamos tendo essa conversa, certo? Batas largas permitem que insetos desprezíveis se escondam nelas, pensem nisso, amigas.)


Enfim, após esse dia peculiar a questão que fica é: devo me enfurnar em casa e só sair quando meus filhos atingirem a maioridade?

Vou pensar sobre isso e já volto.




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