Hoje li no blog Ler para Crescer, da Cristiane Rogério, uma entrevista com o ilustrador André Neves do blog http://confabulandoimagens.blogspot.com sobre a escolha de livros infantis. Achei que é um tema ótimo para abordarmos aqui.Respostas no Ning:
Como vocês escolhem os livros infantis? A ilustração pesa muito? O preço? A editora? Quem decide a compra, você ou a criança?
Aqui em casa já escolhemos com base nas decisões do Enzo, que aos 8 anos e meio já tem critérios. Giorgio começa a fazer suas escolhas porque completou a alfabetização (fez 6 anos e termina o 1o ano do ensino fundamental agora), mas ainda dou a palavra final, sempre optando entre uma lista deles. Mas pesa muito para mim tanto a indicação de amigos (o último compramos com base na experiência da Evellyn Gomes, amiga daqui) quanto a editora (somos super fãs da Cosac Naify, por exemplo). Mas não aceito pagar super caro, por isso, admito, as ilustrações são o que menos pesa, porque os mais cuidados com o design são muito caros.
Aqui está a entrevista que citei:
Escrito por Cristiane Rogerio - 04/11/2008 - 6:22
Como escolher um livro?
Um dos meus papéis principais aqui é ajudar você que chega a uma livraria e não consegue dar conta nem de olhar tudo o que tem de novidades para criança – quanto mais conseguir escolher.
Vivo aqui dando idéias e sugestões para esta tarefa ficar um pouco mais fácil – e, claro, sempre lembrando que é atividade prazerosa, uma vez que temos dezenas de títulos muito bacanas todos os meses.
(blog dele, o http://confabulandoimagens.blogspot.com/)
Conversei sobre isso com o ilustrador André Neves (indicado duas vezes para o Prêmio Jabuti deste ano), que tem uma produção intensa tanto como ilustrador quanto como escritor. Veja o que ele pensa a respeito e as dicas que ele dá a você. Sim, livros com o traço merecem sempre uma bela olhada, viu?
Ler Pra Crescer: Nós conversamos há pouco tempo sobre a produção em massa de livros infantis. Conheço uns 50 livros novos a cada mês e sempre fico no dilema: esta farta produção é boa ou não? O que você acha?
André Neves: Acho válido sim, embora as boas produções ainda não se sobrepõem a quantidade de lançamentos sem comprometimento literário. Penso muito sobre o assunto porque faz parte do meu trabalho. Muitas editoras fazem livro com prescrição, correndo muito para alcançar uma tendência de mercado diante daquilo que pode ser vendido. Então, é preciso estar atento para fazer boas escolhas.
LPC: Para você, qual deveria ser o primeiro “cuidado” na hora de comprar ou escolher um livro para uma criança?
André: Quando compro um livro olho o objeto. É estranho mas, sinto prazer em pegá-lo, acariciá-lo. Sei que ali dentro existe algo guardado para mim. Isso se dá no primeiro toque, no primeiro olhar. Relaxo e folheio, porque as qualidades do texto e da imagem possivelmente estão equilibradas nas boas produções. Depois, com essa constatação, levo pra casa. Mas, o mercado cresce desordenadamente. Como maior parte desses livros é conduzida aos pequenos leitores por mediadores de leituras, sejam pais ou professores, penso que o primeiro passo é se familiarizar com essa produção e redescobri-la com prazer. Deixar ela tocar a nossa infância.
Assim, podemos compreender um pouco de custo e beneficio diante um livro.
Outro ponto forte pode ser o nome de alguns autores, porque são eles que têm como missão sagrada fazer boa literatura diante dos que pensam no livro como produto.
LPC: No que a ilustração pode influenciar numa história ou na escolha de um livro?
André: A imagem no livro para infância passa a ter um sentido em nossas vidas quando integramos seu conteúdo tão necessário quanto à leitura das palavras. Temos que aprender a olhar, desfrutar e seduzir, porque quando somos conquistados pela imagem, a sedução vira um jogo mútuo e o livro passa a ser reflexo. Vemos nele nossos anseios, nossos sonhos e assim, partimos para imaginação.
Bom, começo sempre pela indicação de alguém, seja em blogs ou revistas (tipo Crescer e Pais e Filhos). Daí vem a história, procuro sempre algo que tenha a ver com alguma situação do nosso cotidiano. Depois vejo o preço, confesso que nunca paguei mais de R$ 40,00 por um livro, mas por exemplo, no caso desses "livro-brinquedo", com aquelas pop-ups, abas e sons, de repente valha a pena, mas o Léo ainda não tem nenhum - apesar de ter uma mini biblioteca razoável... ;-). Mas basicamente o que me leva a comprar um livro é a opinião de alguém que já leu, a história e o preço.
Olá Sam,
Acho que tudo pesa. Depois de algum tempo comprando livros infantis até as editoras bacanas a gente passa a conhecer. Como meu filho está sendo alfabetizado eu penso que as imagens ainda são bastante importantes e motivadoras em relação à leitura por isso eu escolho os livros pelo conteúdo mas considerando também uma lustração interessante. Eu também gosto de livros com atividades; outro dia comprei para meu filho um livro que incentiva a desenhar, bonito e com um enfoque bastante prático propondo à criança pegar um papel e começar com os traços. Existem os livros que são escolhidos pessoalmente pelo meu filho, em geral são livros relacionados com os desenhos que ele assiste na TV como Jimmy Neuton e Laisy Town. Outros livros ele escolhe em função da oficina (vamos muito à oficinas proporcionadas por livrarias). Então, respondendo à sua última pergunta existem os livros que eu escolho e os que o meu pequeno escolhe, mas com a minha palavra final. Finalmente, acho que algumas vezes o preço é alto, quanto mais elaborado for o acabamento e as ilustrações mais alto é o preço. Nesses casos, se a opção for mesmo por um desses livros mais caros, ao invéz de levarmos dois livros levamos um. Mas sou bastante criteriosa em relação à essa questão.
Meu filho só tem 5 meses, mas acho que ele já sabe que os pais dele gostam de ler. Eu fico contente com isto, pois acho que o gosto pela leitura é algo que deve ser transmitido. Às vezes, ele dá uma pausa na mamada para olhar o que a mamãe está lendo. Ele fica olhando as ilustrações e eu continuo lendo/ foleando as páginas para ele ter interesse.
Os livros que ele tem (livros de banheira, livros de atividades, livros de histórias, livros de ilustrações, etc) não foram escolhidos de acordo com a faixa etária. Nós achamos os livros assim: estamos na livraria, e começamos a fuçar os livros disponiveis na prateleira... o que chamar a atenção do meu filho (pelas cores, pelos efeitos sonoros, etc), nós levamos para casa.
Como há poucos livros para a faixa etária dele, normalmente nós ficamos juntos "lendo" as figuras e a mamãe inventando brincadeiras com elas (imitando o som, ou brincando de "achou!", por exemplo). Sempre olho se o livro tem alguma peça que pode se desprender para que meu filho não engula.
Um abraço,
Márcia, mamãe do Celso Hiroyuki
obs.: entrei neste blog "Confabulando Imagens" e adorei!