*post escatológico que pode impressionar os mais sensíveis (se é que existe alguma mãe que, a essa altura da vida, ainda se impressione com cocô...)*
Ela tinha tomado banho e ficou brincando pelada na banheira vazia, estava calor e ela ama ficar lá peladona mexendo no chuveirinho ou espiando pra dentro do ralo. E aí me chama e diz sorridente que fez cocô. Fui conferir - porque às vezes ela anuncia equivocadamente e eu não tenho ainda certeza que ela sabe a diferença entre cocô e xixi - e de fato lá estava ele, bonito e saudável, se é que eu posso falar assim de um cocô. Eu falei pra ela, não mexe que eu vou pegar um papel pra tirar o cocô daí, tá?, com medo dela ir lá futucar, ou comer, sei lá, bebês são estranhos, enquanto eu pegava o papel.
Mas ela não futucou, nem comeu. Ela olhou pra ele e deu um grito alto de horror. Aí estendeu os braços em minha direção e chorou e gritou, apavorada, como que implorando pra eu tirá-la dali correndo porque ela estava com muito muito muito medo daquilo.
Daquilo.
E só aí eu me dei conta que Alice nunca tinha visto um cocô na vida. E portanto, nunca associou o ato - fazer cocô - ao produto - cocô - de modo que aquilo, aquela coisa, ter aparecido do lado dela numa banheira vazia há de ter sido um susto tremendo.
Resgatei a pequena da banheira, limpei e achei por bem fazer a apresentação, Alice, cocô, cocô, Alice, porque eles hão de se encontrar muito ainda nessa vida, sobretudo quando for a hora de desfraldar a moça. Apresentação feita, fomos juntas levá-lo para a privada e demos tchau, cocô! enquanto ele era levado pela água, e ela ainda lançou-lhe um beijinho antes de ele sumir pelo cano.